sábado, 31 de agosto de 2013

Não é fácil, Cuba!

De Cuba é fácil falar mal
desrespeitar seus habitantes
chamar de ditadura
e não ver que andamos na linha "dura" do Capital!

Do que se tenta mudar
e chamar de não democracia 
é muito simples dizer
difícil é se posicionar contra
Jabor, Reinaldo Azevedo e Alexandre Garcia!

É simples meter o pé
não refletir
ter o que criticar
Difícil é entrar na contradição
compreender as merdas ditas e contradizer
Datena e Sônia Abrão!

É qualquer coisa 
é nada
é menos
tantos anos de construção
Difícil é botar o pé 
tentar forjar outro mundo
e mesmo que tenhamos que inventar outra palavra*
fortalecer o sentido da Revolução!





* aprendi com Bakhtin a força de tentar entender a filosofia da linguagem, creio que precisaremos inventar outra língua ou não inventar, mas forjar outra maneira menos porca de nos comunicar num mundo mais humano, menos mentiroso!



                                                               





domingo, 25 de agosto de 2013

Bandido, todo mundo é(pode ser)

Bandido
malandro
todo mundo é,
pode ser
velho
homem
jovem
ou mulher

Pode gordo
alto, magro
branco
verde ou das galés.

Bandidos
todos nós podemos ser
diante de tanto dado na TV

Pode por uma mentira
por um desvio
um silêncio
um tiro
ou um assovio!

Bandido
aquele menino é?
Se pula o muro da escola?
Se é melhor jogar bola!
se a vida de papéis ele não quer?

Bandida
aquela menina pode ser
se não deseja a publicidade da modelo
ou decide por si mesmo seu cabelo
ou com que cara quer comer!?

Bandido(a) sou eu
aquele lá
e você
se a vida dura do trabalho não aprouver?
se a cruel rotina não puder?
e a vida louca seduzir o ser?!

Bandido é o patrão!
o dono da boca?
e o atravessador?
É o deputado surdo à dor
o(a) presidente que
não usa o conhecer
ou deixa de saber...

Bandido é o médico
quando só receita sabe fazer
o professor quando acha que é só dele o saber
e o estudante quando pensa enganar
quando engana o seu próprio ser

Bandida é a sociedade
mentirosa
negligente
e que finge não ver
violência policial
sangue
morte
e um monte se perder
quando é preciso abrir os olhos
para além do que se vê.






sábado, 10 de agosto de 2013

o que (a)parece

Parece óbvio!
mas, ainda indiferença.

Parece nítido
mas ainda é desviante.

Parece lógico!
porém ainda invisível.

Parece claro!
entretanto, obscuro.

Parece perdido...
contudo, para alguns, encontrado!

                                                                   em 12/08/2012 depois de papo sobre miséria, indiferença...



                                                 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Palavra (re)corte


A palavra
assim como a faca
a folha de cana
a foice
ou o capim verde na mata
corta e sangra

Marca a folha
a parede
a porta
o muro

Deixa o sinal
da real frustração
da falta
do ganho
da perda
da vida
e da morte

Não tem medo do ritmo
e se musicaliza
sem receio

Não tem preconceito
com o modo
da escrita
seja no lápis, grafite
seja tinta
seja raspa
o importante é ser dita.