segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sintaxe versada

Porque a sintaxe prevê a palavra
somente no seu ser adoecido.
o verso compreende o significante abstraído
e lhe apodera alternativas.
A norma, ciumenta  e atormentada,
chama o poeta
à vida regrada
e ele a brincar com os termos,
com sutilezas e exageros,
pois é mais flexível no intento de ser inteiro.







terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Solidão aprendizado

           

             Em dias de solidão pegue a caneta(os dígitos?) e escreva. Sim! Escreva. Escreva, mas não daquela solidão ardida e amargurada, essa não, essa não merece ser escrita. Escreva sim, na solidão escreva, mas da solidão aprendizado. Dos portos que ainda não conhecestes, das ilhas que nem sabes os nomes, mas escreva. É necessária uma memória, um fracasso e a vitória da mão desarmada.
             Em dias solitários conhece-te, não fiques injuriado(a) com o silêncio. É neste momento que aprendes que sozinho(a) podes entrar mais para dentro de ti e ainda poderás viver. Que podes desvincular-se de regras gramaticais ou sociais.
             Em dias quentes e calados é que descobres que podes enamorar de algo mesmo de ti e sua vida é embebida em sonhos e em concretos, que os que passaram também foram projetos e que deixaram(e tu deixaste) mal ou bem, algo de deles(em si) que ficou em ti.



                                       

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

"O que não foi não é" *



                      A vida é sim um mistério e nada há que se fazer para desfazer o nó desse embrulho! Não foi, seria? Como seria se fosse? Muitas perguntas feitas, muitas dúvidas ainda a corroer o ser. Agora uma coisa é certa! Certíssima! Aprendida à duras penas, ou, se não aprendida, no caminho: a angústia sempre nos perseguirá. Aprendida com Clóvis Barros Filho em inúmeros debates assistidos e nenhuma leitura ainda.(Ainda!) Como seres humanos conviveremos eternamente com a "liberdade" de escolher uma vida e sofrer por outras que poderíamos ter vivido!
                      Seria este mesmo o meu amor? O que faço neste trabalho? Por quê ainda insisto nessas situações? O quê fazer agora? É sempre um recomeçar... e que chata seria a vida se já tivéssemos certeza de que era essa mesma a decisão de tudo(algumas coisas você tem certeza que fez a escolha certa, não havia outro caminho e nessas poucas decisões se fortalece)! Um roteiro já conhecido! Que desinteressante! Afinal podemos, mesmo na ansiedade da dúvida, tentar o inusitado.
                      Seguimos num caminho ainda incerto, mas acreditamos que há algo lá na frente. Somente por acreditar que vamos até lá! A análise, com seus duros momentos, mas delicadas descobertas me fez ir entendendo que, a gente vai Lá i lá porque a gente tem esperança, porque a vê uma luz, uma possibilidade. Laila, Lá e lá, sempre tá no nome. Aponta para frente e tenta decidir, tenta, tenta. Cai, tropeça de novo, levanta, recomeça. Cada dia de um jeito, uma nova forma. A dureza das descobertas, a ida ao fundo das reflexões, a necessidade de sair, afastar-se e encontrar-se porque é preciso entender que o que não foi não é e o que será não se sabe. Sem aceitações ingênuas, mas sem hesitações românticas...

Tentando ser...



* trecho da canção: "O Velho e o moço" Los Hermanos