segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Sobre o recalque político e a (des)graça das minifestações



               Um dos meus irmãos comenta uma postagem numa rede social minha, em que há uma piada acerca das manifestações contra o governo presente. Coloca:" disseram que se chamavam minifestações" O que é risível no Brasil? Tudo! Minha limitação formativa acerca de nossa história não me permite citar de onde veio esse curioso ato sempre de caçoar, zombar, ou zuar de tudo no Brasil! Confesso que me agrada! E confesso também ser uma das minhas atividades favoritas zuar politicamente a direita brasileira, ou até a esquerda chorosa, cristã ou arrogante! Por um lado esse texto vai zuar o recalque político nas ações de grupos de direita ou perdidos no espaço e as cagadas feitas nas minifestações pedindo o que nós, zuadores de plantão chamamos de "impitiman"!
             Os caras e as caras de direita, ou perdidos no espaço político brasileiro, tiveram a pachorra, ou a cara de pau de sair várias vezes nesse último ano com a camisa da CBF, uma instituição sabidamente corrupta, para com a maior safadeza gritar: Fora Dilma e fora corruptos!! Se isso não é pra rir eu não imagino nada mais! A política no Brasil é risível desde os mais remotos tempos, mas tem se mostrado cada dia mais qualificada nisso. Na verdade essa policatizinha dessa direita ruim de serviço é que é a mais engraçada!
            Outra ação que foi bem pontual e bem engraçada foi a eleição em BH do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da UFMG. Os aprendizes de ser direita perderam as eleições e começaram a fazer chacota com os estudantes de esquerda que lutaram pra que esse CA não caísse nas mãos deles, afinal a Universidade quase toda já está a serviço do empresariado, da direita, etc
              É risível ver gente que nunca teve que lavar sua própria roupa, fazer sua própria comida escrever em grupos de watsapp:" perdemos mas andamos de Porshe e vocês que andam de busão seus trouxa?" É risível ver as senhoras da alta sociedade chorando as pitangas no facebook e pedindo a volta da ditadura, a intervenção militar e nos mandando ir para a Venezuela ou Cuba! Quem dera o Brasil fosse uma pitadinha do que é a sociedade e a política desses dois países. E eles deveriam ir e ficar em Miami como diz uma amigo meu! kkkk
                Não se retire o direito de rir do brasileiro! A população quase mais encarcerada do mundo, uma população que é achincalhada historicamente!
                 A direita quando não ganha nessa Constituição fajuta quer ganhar no grito, quer lamentar os pequenos ganhos dos pobres dentro do shopping ou com bonecos de 12 mil reais nas ruas! E que venham memes, charges, piadas e risos, porque como diria o post:" eu tenho é dó dos historiadores no futuro que terão que explicar esse rebosteio todo!!"


Viva o riso!
Viva o fim da piada pronta da direita brasileira!








terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sobre a Luz depois do estupro

                  Este blog que se colocou sempre à disposição da poesia(algo que a pessoa que escreve nem sabe ser reconhecidamente poesia), agora tenta poeticamente trazer à tona uma certa opinião, um pensamento, uma reflexão acerca de mulheres corajosas, todas nós, todas do mundo.
                  No dia de ontem escrevi um texto triste e bonito, cheio de divagações acerca do filme "Filha da Índia de Leslee Udwin(por razões que só a loucura cibernética explica perdi todo o texto! Fiquei triste! Mas é preciso coragem para retomar o escrito sempre!). O filme é uma doçura em meio à desgraça, uma luz depois do estupro, uma voz(vozes!) que foi silenciada historicamente.
                  Leslee Udwin é uma mulher corajosa, Jyoti Singh, a protagonista, é outra mulher corajosa, todas as mulheres envolvidas nesse documentário, nos remetem à força e coragem que não nos é permitida historicamente, por um mundo que é patriarcal, machista e, claro capitalista! O que reforça a cultura da propriedade privada não só de coisas, mas de pessoas, de corpos, de desejos.
                Jyoti Singh é a coragem de uma indiana que não se submeteu à violência histórica na Índia que reduz mulheres a seres sem importância, que dá menos leite para meninas do que para meninos, que não permite que meninas estudem. Jyoti violou as regras, saiu da linha que o mundo dominado por homens coloca, Jyothi foi além. Com a ajuda dos pais que, como revela um dos amigos dela em entrevista:" eram de família tradicional, mas com pensamento moderno", Jyothi pede que todo o dinheiro que possivelmente pensassem em utilizar para seu casamento investissem em seus estudos. E assim o fizeram! Ela foi estudar medicina. E para que esse texto não vire um "spoiller", sigamos dizendo da grandeza das mulheres...
               Filha da Índia é uma luz para nós mulheres, todas possivelmente vítimas de estupro, todas em situação de risco cotidianamente. Filha da Índia é o grito da miséria diante da acumulação privada. É a voz dos homens também, homens que estupram, que matam e que têm um pensamento extremamente autoritário! Filha da Índia, é preciso repetir sempre o nome, é o codinome da luta das mulheres; que enraivecidas tomam as ruas de várias cidades indianas para protestar contra o que era historicamente aceito. Jyoti morre, mas ela deixa como diria seu pai ao final do documentário:" uma luz não só para a Índia, mas para todo o mundo!"
              Filha da Índia nos aproxima porque somos mulheres e não pedaços de carne expostos num açougue, ou manequins de uma loja. Jyoti é a luz para cada menina, jovem, mulher que precisa se desvencilhar da violência física, mas muitas vezes simbólica! Jyothi é luz!