terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Sobre a Luz depois do estupro

                  Este blog que se colocou sempre à disposição da poesia(algo que a pessoa que escreve nem sabe ser reconhecidamente poesia), agora tenta poeticamente trazer à tona uma certa opinião, um pensamento, uma reflexão acerca de mulheres corajosas, todas nós, todas do mundo.
                  No dia de ontem escrevi um texto triste e bonito, cheio de divagações acerca do filme "Filha da Índia de Leslee Udwin(por razões que só a loucura cibernética explica perdi todo o texto! Fiquei triste! Mas é preciso coragem para retomar o escrito sempre!). O filme é uma doçura em meio à desgraça, uma luz depois do estupro, uma voz(vozes!) que foi silenciada historicamente.
                  Leslee Udwin é uma mulher corajosa, Jyoti Singh, a protagonista, é outra mulher corajosa, todas as mulheres envolvidas nesse documentário, nos remetem à força e coragem que não nos é permitida historicamente, por um mundo que é patriarcal, machista e, claro capitalista! O que reforça a cultura da propriedade privada não só de coisas, mas de pessoas, de corpos, de desejos.
                Jyoti Singh é a coragem de uma indiana que não se submeteu à violência histórica na Índia que reduz mulheres a seres sem importância, que dá menos leite para meninas do que para meninos, que não permite que meninas estudem. Jyoti violou as regras, saiu da linha que o mundo dominado por homens coloca, Jyothi foi além. Com a ajuda dos pais que, como revela um dos amigos dela em entrevista:" eram de família tradicional, mas com pensamento moderno", Jyothi pede que todo o dinheiro que possivelmente pensassem em utilizar para seu casamento investissem em seus estudos. E assim o fizeram! Ela foi estudar medicina. E para que esse texto não vire um "spoiller", sigamos dizendo da grandeza das mulheres...
               Filha da Índia é uma luz para nós mulheres, todas possivelmente vítimas de estupro, todas em situação de risco cotidianamente. Filha da Índia é o grito da miséria diante da acumulação privada. É a voz dos homens também, homens que estupram, que matam e que têm um pensamento extremamente autoritário! Filha da Índia, é preciso repetir sempre o nome, é o codinome da luta das mulheres; que enraivecidas tomam as ruas de várias cidades indianas para protestar contra o que era historicamente aceito. Jyoti morre, mas ela deixa como diria seu pai ao final do documentário:" uma luz não só para a Índia, mas para todo o mundo!"
              Filha da Índia nos aproxima porque somos mulheres e não pedaços de carne expostos num açougue, ou manequins de uma loja. Jyoti é a luz para cada menina, jovem, mulher que precisa se desvencilhar da violência física, mas muitas vezes simbólica! Jyothi é luz!


                       
           




                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário