sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Não me contaram



Não me contaram o quanto era preciso se calar pra sobreviver
Nem que a fome atingiria os estômagos das crianças ainda com mais tenacidade

Não me contaram que muito mais sangue histórico seria derramado
E que à custa desse sangue
Perversos dominariam o mundo

Não me contaram que as cercas ainda seriam muito maiores
E que não havia o que fazer
Pois o inimigo sabia exatamente onde atingir o ego humano

Não me contaram que era preciso zelar pelo futuro
Nem que estaríamos imersos em piadas, sorrisos flácidos, mentiras aclamadas, e novos e reorganizados espetáculos de horrores.

Não me contaram que é tempo de dúvidas atrozes
Cortando a garganta
E silenciando quem antes era grito...




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