sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Pelo enfraquecimento e fim do Estado e suas instituições



               
                            Pedir o fortalecimento de qualquer setor inventado pelo Estado( Estado Nacional, Estado-Nação, Estado Burguês, Estado Capitalista) essa instituição que totaliza pensamentos e não pode garantir as condições de direitos fundamentais para todos é pedir que continuemos no mesmo caos e luta entre os que comandam a ordem e os que sofrem as consequências de sua repressão.
                         O Estado é uma invenção para garantia do poder dos que o gerem, em QUALQUER modo de produção!
                       Com este posicionamento definido entremos apenas num dos debates que vem cercando BH, numa das lutas que são importantíssimas, que são as que tratam daqueles pelos quais governos, entidades, instituições, muitas vezes só querem assistir no seu  modelo caritativo ou punitivo. Há uma força em Belo Horizonte, que, ora envolvida em fóruns, ora se colocando em coletivos, ora despertando saberes nas paredes, e por fim encarcerados. Isso! Encarcerados! Embora o Estado goste de dizer unidade socioeducativa, alojamento, medida de internação, sabe-se que os adolescentes no Brasil e também em BH, estão em prisões, em celas e presos! Não podemos negar essa realidade. Estaria eu aqui então dizendo que não há como fazer nada? O negócio é quebrar tudo? Talvez! É preciso não só destruir as cadeias, é preciso destruir em nós o pensamento prisional!( uma ótima dica de filme:” O segredo dos seus olhos, filme argentino que ajuda a pensar muito sobre isso que incutiram em nossa cabeça, essa mania de prender gente!)
                    É a ideologia que construiu o Estado que também conseguiu “provar” por  A + B que é preciso prender os indesejáveis, aqueles que não cumpriram com as regras que determinado setor das classe disse que era necessário cumprir.
                 Seguindo nesse raciocínio, como vamos fortalecer o Estado? Como vamos fortalecer o sistema socioeducativo? Devemos, e isso sempre foi condição fundamental para realização de qualquer trabalho dentro do sistema, respeitar os trabalhadores que lá estão, respeitar o conjunto de ações que muitos( muitos sim!, só quem não entrou não sabe!) propõe para que a caminhada na medida seja possível, apesar de ser sempre dura, pois existe uma maioria que compartilha com pensamentos atrasados como redução da maioridade penal e penas mais duras. Como se já não fossem duras todas as já existentes até mesmo fora da cadeia!
             Vamos então tentar entender como as coisas acontecem na real e o que fazer diante da barbárie. Não há receitas, não há manuais. Só ouvidos atentos para quando se chega dentro da parada ser possível pensar junto alguma intervenção. A ideia aqui seria ir minando a parada até ela deixar de existir, mas por dentro? Não se sabe! Por fora? Quem está disposto? Essa ideia de que o pensamento social é homogêneo e que TODA a sociedade quer mesmo é matar bandido pode ser perigosa para quem quer acabar com essa punição desenfreada e que não resolve em NADA nossa vida cotidiana. Ninguém aqui pede o fim da responsabilização de ninguém, pedimos o fim das torturas, o fim das mortes, o fim de um Estado presente somente para garantir a ordem daqueles que o querem vivo sempre! Talvez as únicas saídas para acabar mesmo com o Estado e suas instituições totalizantes seja ouvindo no dia a dia e tentando construir junto o que queremos para o futuro. O futuro está morrendo! A juventude está sendo dizimada, e defenderemos mais Estado para continuar reprimindo-a? Não! Não contem comigo para isso!
            É preciso ser corajoso para tentar um mundo que não tem nome! É preciso saltar no abismo, mesmo sabendo que pode ser o seu fim(o meu fim, o fim do nosso eu!), mas é bonito também ir construindo coletivamente uma forma de mudarmos essa nossa sede de vingança, essa nossa vontade monstruosa de querer destruir o outro pelo que nós não tivemos coragem de fazer. O crime só nos mostra o que nós poderíamos ser capazes de fazer e por isso nos amedronta e preferimos separar do convívio social. Só ouvindo o que se vive na realidade é possível construir caminhos menos violentos e mais possíveis. Afinal não foi em Vênus que os crimes coram cometidos, assim somos nós os responsáveis por lidar com todos, TODOS eles!

Pelo fim de manicômios, prisões, unidades socioeducativas, e TODA forma de instituição total!















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