quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Amor não (des)cartável

eu cato os cacos
mas não os deposito simplesmente
das pessoas que por mim passam
eu nunca deixo que vão por completo
e eu, sempre incompleta, tento preencher alguns vazios dos dos outros
amo palavras quebradas
sonhos
e aquela lucidez que te esbugalha os olhos no sexo
ou naquilo novo que tu vês
e que ninguém viu!
como uma criança
eu acho tudo novo
não consigo terminar muita coisa
porque estamos sempre caminhando
estamos sempre em possíveis projetos
mas os humanos são seres sem possibilidades
essa racionalidade
esse pé na estrada
ou esse escritório oito horas por dia!
pra quê?
o amor não pede formulários
nem data marcada
não se(me) descarte
mas a vida capital
escolhe as baixas que vai dar em sua
ou na vida dos descartáveis...






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