sábado, 6 de fevereiro de 2016

Menos um, mais nós

Não esperem de mim o sorriso
a palavra adocicada
a poesia simples
meu canto é de ódio
ódio de classes
ódio ensanguentado pela injustiça
Nem esperem o verbo longo e descritivo
minha palavra é curta sim! é grossa
um camarada tomba
uma bala na cabeça
uma emboscada
uma traição
somos traídos todo dia pelo patrão
somos embocados nas cadeias, nos manicômios
e até nas escolas
o chão das fábricas, mesmo que pós-modernas,
ainda nos coisificam
e ainda, em pleno século 21,
nos cobram vírgulas nos enfrentamentos
aspas nos eufemismos
menos tinta nas palavras!
Não me peçam que refresque vossa memória
um de nós foi dizimado
muitos de nós todos os dias!
O que nós continuaremos
é atirar(tirar!) contra vós
nossas palavras
nossas liberdades
nossas utopias cercadas de alguma verdade
Nós somos loucos
e os loucos sempre dizem da razão abalada











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