terça-feira, 26 de julho de 2016

O propósito de esquecer

Ou poderia chamar também esquecer de propósito!
Porque hoje eu resolvi esquecer propositadamente o celular em casa, esquecer as redes sociais logo após esse escrito, esquecer qual a regra ensinaram-se ou tentaram me ensinar na Letras e classificar isso aqui na teoria literária.
Resolvi faz tempo esquecer quem só atrasa a vida da gente, quem espera retorno mas se dá muito pouco. Resolvi esquecer o regramento social faz tempo e falar palavrão, até em lugares onde as pessoas, familiares ou amigos, não os possa suportar.
Esquecer das mentiras que me contaram e das que contei, talvez teriam sido poucas e a troa foi injusta.
Quero esquecer o que causa tanta angústia, andar ali na rua, comprei um pão e algo para beber; e mais tarde, passada uma tarefa de trabalho/pesquisa permitirei tomar uma cerveja e esquecer que demorei mais de seis horas para conseguir chegar na cidade que moro, lembrando que da cidade que venho até ela, geralmente se gasta uma hora e meia nas caronas solidárias por um preço mais baixo, mas houve um cara nada solidário que, tentando enganar-se com um engarrafamento inexistente deixou-me esperando por ele duas horas e meia. Agora boba que não sou deixei-o também, mas não tão propositadamente(acabou a bateria do celular) e fui noutra carona ainda mais solidária!
Quero esquecer que a vida passa depressa, e ir indo, aproveitando o que dá.
Com o propósito de esquecer eu falo em uma sessão semanal de psicanálise e nesses retornos e esquecimentos vou lembrando que em anos de luta, em décadas de estudos, acadêmicos ou não, nunca tive agenda para me lembrar de nada, e nunca esqueci de nenhum compromisso, se isso não é adoecimento o que seria? Por isso tratar de(para!) esquecer.

Esquecer é a meta do cérebro para proporcionar saúde mental, lembrar pode ser perigoso. Esquecer é não precisar mais elocubrar, não mais divagar coisas que podem mais retroceder e menos avançar.

A única coisa que não pretendo esquecer é a condição de classe e o tipo de sociedade que AINDA, ainda vivo, em breve ou não, nas lutas para esquecê-la, construiremos outra.



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