sábado, 17 de novembro de 2018

Com outro gosto de café e de vida*



                             O silêncio da casa de Margarida aciona no espectador a agonia do inusitado, ao mesmo tempo em que, prevê o impacto contraditório pela cenas alegres e barulhentas do princípio do filme.
                             Café com canela, além de um passeio pela magia do cinema é a captura do espectador para entrada em seu interior, sem espaço para fuga de pensamento. Como nas próprias palavras de Margarida: "um bom filme quer te experimentar e ser experimentado!"
                             Também, e não menos, a maestria da jovem Violeta que; sendo mãe, cuidadora da avó, salgadeira, esposa, consegue de forma doce, mas de forma incisiva uma porta de saída do luto de sua antiga professora.
                             Café e canela, café com canela é a retomada do sabor da vida, é a força do(a) negro(a), é a sabedoria da religiosidade de matriz africana e, junto com tudo isso, o poder feminino no lidar com: o luto, a perda, a depressão, a morte, com a tentativa de recolocar o laço da vida em seu lugar.
                            E tempos de desgostos, canela e café é reviver o gosto, o quente, o brilho.




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* sobre o Filme "Café com Canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio, Brasil, 2017. Ficção 100m, exibido na Mostra de Cinema e Direitos Humanos em Belo Horizonte

** fotografia de divulgação retirada do Google

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