segunda-feira, 1 de abril de 2013

Os (de)eficientes...*

Se a gente está construindo um outro mundo, um mundo melhor, acho que precisaremos inventar outra língua! Disse essa frase à um amigo hoje...
Saio do trabalho, sigo para o ponto de ônibus, cinco pessoas paradas e uma pessoa sentada no chão...penso:"alguém passou mal", mas não, um senhor idoso, sentado, cheio de marcas, cheio de sangue, uma queda! Fico revoltada! A primeira coisa que verifico antes de colocar a mochila no chão e me sentar ao lado dele é: CALÇADA! ô desgraça! se me permitem! As malditas calçadas foram feitas para tudo, menos para o trânsito de pessoas, principalmente as (de)eficientes. E por quê insisto em colocar a palavra escrita nessa forma? Primeiro porque eu gosto de inventar mesmo, segundo porque a insistência ajuda na percepção, né Bruno Vieira? e outra, as palavras ajudam ou atrapalham quando queremos demonstrar carinho, atenção ou mesmo não ser preconceituosos. Acho que existem sim limitações e não uma deficiência em TODOS nós! Todos! Meu pai disse uma vez que um padre(rsrsr) disse num sermão em que ele estava: "a gente tem mania de achar que deficiente são aqueles que usam cadeiras de rodas, muletas, não enxergam...e esquecemos que nós todos temos uma deficiência, ou alguém aqui acha que pouca visão, astigmatismo, um pé torto, etc não é limitação?" Eu entrei em todas essas limitações (de)eficiências aí e as coloquei de propósito!
Gostei da reflexão do padre e entro nela no sentido da dificuldade do entendimento e na falta de cuidado das pessoas e dos poderes em relação aos limitados! Os ônibus, as calçadas, os ambientes, a vida!!!
O mundo é inadaptado aos limitados, e o mais louco é que os limitados, os deficientes são muito mais sem limites e eficientes que a maioria! São inventivos, são engraçados, são demais!
Em tempos de eficiência, de padrão de qualidade de: o melhor! Os limitados dão um show de sobrevivência e nos ajudam a perceber que é preciso sim reiventar e também lutar para tornar a cidade a vida mais transitável!


*para o Sr. B...caído numa calçada do bairro Santa Tereza, à graça dele, e aos que ficaram lá até a filha dele chegar!

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